Na carreira de Thomas Mann, as novelas Tonio Kröger e Morte em Veneza correspondem ao período que vai do momento de sua chegada a Munique até o ano de 1912. Nela se configurou o desabrochar de um gênio literário indiscutível e a elaboração de uma psicologia do artista, inteiramente original.
Em Tonio Kröger, Mann apresenta o protótipo do artista como indivíduo afastado da vida mundana e prisioneiro de seu ofício, tendo angariado assim, de imediato, a simpatia de toda uma juventude intelectual que, no início do século, ansiava por uma filosofia que abrangesse a arte e a vida.
Morte em Veneza é um mergulho na alma e no destino trágico de um artista que sucumbe à atração fulminante exercida pela Beleza. Neste texto, celebrizado pela versão cinematográfica de Luchino Visconti, talvez esteja resumida, nas entrelinhas dos dilemas de Gustav von Aschenbach, toda a teoria manniana da criação.
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