Qual um existencialista dotado de senso de humor, Verissimo persegue em suas crônicas o absurdo que marca a existência humana – salvo engano, a única que se preocupa com o seu propósito, o seu término e se alguém está falando demais na hora do pôquer. Em nenhum momento essa maldição se torna mais evidente do que na hora em que o homem abre a boca. Então, o que era para comunicar acaba é “estrumbicando”.
Tais constatações podem ser verificadas em seu novo livro, Diálogos impossíveis, seja no diálogo imaginário de Don Juan tentando seduzir a própria Morte ou na conversa cotidiana de um casal que se desentende na hora de dormir. Tanto faz. O homem – e, sejamos igualitários, a mulher – parece falar o que não deve e calar no fundamental. Para sorte do leitor, Veríssimo está sempre por perto, registrando os hilariantes momentos em que o ser humano exerce sua vocação para a confusão.
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