Confesso que vivi, Pablo Neruda


Estas memórias ou lembranças são intermitentes e, por momentos, me escapam porque a vida é exatamente assim. a intermitência do sonho nos permite suportar os dias de trabalho. Muitas de minhas lembranças se toldaram ao evocá-las, viraram pó como cristal irremediavelmente ferido. As memórias do poeta. Aquele viveu talvez menos, porém fotografou muito mais e nos diverte com a perfeição dos detalhes; este nos entrega uma galeria de fantasmas sacudidos pelo fogo e a sombra de sua época. Talvez não vivi em mim mesmo, talvez vivi a vida dos outros. Do que deixei escrito nestas páginas se desprenderão sempre - como arvoredos de outono e como no tempo das vinhas - as folhas amarelas que vão morrer e as uvas que reviverão no vinho sagrado. Minha vida é uma vida feita de todas as vidas: as vidas do poeta.´

Biblioteca Viva

Em 1947 Érico Veríssimo começou a escrever a trilogia "O Tempo e o Vento", cuja publicação só termina em 1962. Recebe vários prêmios, como o Jabuti e o Pen Club. Em 1965 publica "O Senhor Embaixador", ambientado num hipotético país do Caribe que lembra Cuba. Em 1967 é a vez do "Prisioneiro", parábola sobre a intervenção do Estados Unidos no Vietnam. Em plena ditadura, lança "Incidente em Antares" (1971), crítica ao regime militar. Em 1973 sai o primeiro volume de "Solo de Clarineta", seu livro de memórias. Morre em 1975, quando terminava o segundo volume, publicado postumamente.

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