Nos primeiros anos do século XX, o casal Giustino Boggiolo e Silvia Roncella deixa a província para se fixar em Roma, capital da Itália recém-unificada. Ela é uma jovem escritora que começa a gozar de certa notoriedade, ele, funcionário do Arquivo Nacional.
Os dois logo passam a frequentar rodas de jornalistas, editores e celebridades romanas. Não por acaso a história começa com "O banquete", em que ambos são apresentados a esse "novo mundo".
Giustino faz de tudo para promover a carreira da mulher, revelando um arrivismo ridículo e grotesco. Pressionada pelo marido a escrever incessantemente, Silva acaba de fato triunfando, e Giustino larga seu emprego para ser seu agente.
O romance, porém, não é apenas uma sátira à acelerada mercantilização das artes: fosse assim, não seria Pirandelo (1867-1936).
Em sucessivas viravoltas, o narrador dá a ver os dispositivos que movem suas personagens e monta uma cena em que vida e representação se confundem, expondo cada um em sua solidão e incompreensão radicais.
Maurício Santana Dias
Professor da USP e tradutor.
Professor da USP e tradutor.
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