O marido dela, Luigi Pirandelo

Nos primeiros anos do século XX, o casal Giustino Boggiolo e Silvia Roncella deixa a província para se fixar em Roma, capital da Itália recém-unificada. Ela é uma jovem escritora que começa a gozar de certa notoriedade, ele, funcionário do Arquivo Nacional.
Os dois logo passam a frequentar rodas de jornalistas, editores e celebridades romanas. Não por acaso a história começa com "O banquete", em que ambos são apresentados a esse "novo mundo".
Giustino faz de tudo para promover a carreira da mulher, revelando um arrivismo ridículo e grotesco. Pressionada pelo marido a escrever incessantemente, Silva acaba de fato triunfando, e Giustino larga seu emprego para ser seu agente.
O romance, porém, não é apenas uma sátira à acelerada mercantilização das artes: fosse assim, não seria Pirandelo (1867-1936).
Em sucessivas viravoltas, o narrador dá a ver os dispositivos que movem suas personagens e monta uma cena em que vida e representação se confundem, expondo cada um em sua solidão e incompreensão radicais.
Maurício Santana Dias
Professor da USP e tradutor.

Biblioteca Viva

Em 1947 Érico Veríssimo começou a escrever a trilogia "O Tempo e o Vento", cuja publicação só termina em 1962. Recebe vários prêmios, como o Jabuti e o Pen Club. Em 1965 publica "O Senhor Embaixador", ambientado num hipotético país do Caribe que lembra Cuba. Em 1967 é a vez do "Prisioneiro", parábola sobre a intervenção do Estados Unidos no Vietnam. Em plena ditadura, lança "Incidente em Antares" (1971), crítica ao regime militar. Em 1973 sai o primeiro volume de "Solo de Clarineta", seu livro de memórias. Morre em 1975, quando terminava o segundo volume, publicado postumamente.

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