A Pomba, Patrick Süskind


Jonathan Noel, passado dos cinquenta anos, jamais teria contado com que um dia ainda lhe pudesse ocorrer alguma coisa de essencial que não a morte. Isso o alegrava, pois não gostava de acontecimentos e odiava francamente aqueles que abalavam o equilíbrio interno e confundiam a ordem externa da vida. Não tinha amigos, não conhecia os vizinhos do seu apartamento num cortiço de andares em Paris.

Tinha um simples é minúsculo quarto, mas era a única coisa de sua vida que se mostrara fiel. E nessa humilde ilha de tranquilidade sentia-se feliz, aquecido e protegido, até que numa manhã ao abrir a porta ele a viu. Estava agachada com pés vermelhos cor de sangue e, com uma lisa plumagem cinza-chumbo: a pomba.

É a narrativa teatral do caos microscópico que convulsiona durante vinte e quatro horas a vida da personagem principal. Uma parábola do medo, da insegurança e do vazio.

Biblioteca Viva

Em 1947 Érico Veríssimo começou a escrever a trilogia "O Tempo e o Vento", cuja publicação só termina em 1962. Recebe vários prêmios, como o Jabuti e o Pen Club. Em 1965 publica "O Senhor Embaixador", ambientado num hipotético país do Caribe que lembra Cuba. Em 1967 é a vez do "Prisioneiro", parábola sobre a intervenção do Estados Unidos no Vietnam. Em plena ditadura, lança "Incidente em Antares" (1971), crítica ao regime militar. Em 1973 sai o primeiro volume de "Solo de Clarineta", seu livro de memórias. Morre em 1975, quando terminava o segundo volume, publicado postumamente.

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