O mestre ignorante, Jacques Rancière


Cinco lições sobre emancipação intelectual
No ano de 1818, Joseph Jacotot, revolucionário exilado e leitor de literatura francesa na Universidade de Louvain, começou a semear o pânico na Europa erudita. Como se não bastasse ter ensinado o francês a estudantes flamengos sem lhes dar uma só lição, ele ainda se pôs a ensinar o que ignorava e a proclamar a palavra de ordem da emancipação intelectual: todos os homens têm igual inteligência. É possível aprender sozinho, sem mestre explicador, e um pai de família pobre e ignorante pode se fazer instrutor de seu filho. A instrução é como a liberdade: ela não se dá, conquista-se. Ela se toma àqueles que monopolizam a inteligência, sentados no trono explicador. Basta se reconhecer e reconhecer em cada ser falante o mesmo poder.
Não se trata de pedagogia lúdica, mas de filosofia e, assim se quiser, de política. A razão não vive senão de igualdade. Mas a ficção social vive apenas das hierarquias e de sua incansável explicação. A quem fala de emancipação e de igualdade das inteligências, ela responde prometendo progresso e redução das desigualdades: ainda um pouco mais de explicações, de comissões, de relatórios e de reformas, e nós chegaremos lá. A sociedade pedagogizada está diante de nós. Ao seu jeito irônico, Joseph Jacotot nos deseja bons ventos.

Biblioteca Viva

Em 1947 Érico Veríssimo começou a escrever a trilogia "O Tempo e o Vento", cuja publicação só termina em 1962. Recebe vários prêmios, como o Jabuti e o Pen Club. Em 1965 publica "O Senhor Embaixador", ambientado num hipotético país do Caribe que lembra Cuba. Em 1967 é a vez do "Prisioneiro", parábola sobre a intervenção do Estados Unidos no Vietnam. Em plena ditadura, lança "Incidente em Antares" (1971), crítica ao regime militar. Em 1973 sai o primeiro volume de "Solo de Clarineta", seu livro de memórias. Morre em 1975, quando terminava o segundo volume, publicado postumamente.

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