Um Pequeno Herói, de Fiódor Dostoiévski


Redigida entre julho e dezembro de 1849, quando o autor se encontrava no cárcere da Fortaleza de Pedro e Paulo em Petersburgo, à espera da sentença que o desterraria para a Sibéria, a novela Um Pequeno Herói nada revela das terríveis condições em que foi escrita. Nessas páginas, em contraste com a experiência sinistra da prisão, Dostoiévski criou uma obra luminosa e delicada que revela sua capacidade sem paralelos de entrar na alma de um personagem e lançar luz sobre os processos que se passam justo aquém da consciência.

O cenário é uma propriedade no campo durante uma temporada de verão, onde se encenam os jogos de entretenimento da rica sociedade Russa. Nesse ambiente festivo, cercado por uma natureza exuberante, um garoto de onze anos vive sua primeira experiência amorosa significativa, mesclada à percepção difusa de sua sexualidade e da dos adultos.

Com mão de mestre e muitos anos de Freud, Dostoiévski conduz o leitor pelos meandros da alma infantil até seu ponto mais sensível, ali onde se inscrevem – decisivas como num rito de passagem – a descoberta da própria dignidade, impulsionada por Eros, e a primeira ofensa infligida ao sentimento pelo jogo das máscaras sociais. Uma obra prima a ser redescoberta na primorosa tradução de Fátima Bianchi, acompanhada pelas brilhantes xilogravuras de Marcelo Grassmann.

Biblioteca Viva

Em 1947 Érico Veríssimo começou a escrever a trilogia "O Tempo e o Vento", cuja publicação só termina em 1962. Recebe vários prêmios, como o Jabuti e o Pen Club. Em 1965 publica "O Senhor Embaixador", ambientado num hipotético país do Caribe que lembra Cuba. Em 1967 é a vez do "Prisioneiro", parábola sobre a intervenção do Estados Unidos no Vietnam. Em plena ditadura, lança "Incidente em Antares" (1971), crítica ao regime militar. Em 1973 sai o primeiro volume de "Solo de Clarineta", seu livro de memórias. Morre em 1975, quando terminava o segundo volume, publicado postumamente.

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