"Durante essas viagens ao submundo, descobri que não era apenas o governo que nos impedia de falar sobre o assunto. Tabus são mantidos, também, pelos que se recusam a falar sobre eles. E nós, enquanto sociedade, evitamos falar de mulheres encarceradas. Convencemos a nós mesmos de que certos aspectos da feminilidade não existirão se nós não os nomeamos ou se falarmos deles baixinho. Assim, ignoramos as transgressões de mulheres como se pudéssemos manter isso em segredo, a fim de controlar aquelas que ainda não se rebelaram contra o ideal de 'feminilidade pacífica'. Ou não crescemos ouvindo que a violência faz parte da natureza do homem, mas não da mulher?
É fácil
esquecer que mulheres são mulheres sob a desculpa de que todos os
criminosos devem ser tratados de maneira idêntica. Mas a igualdade é
desigual quando se esquecem as diferenças. É pelas gestantes, os bebês
nascidos no chão das cadeias e as lésbicas que não podem receber visitas
de suas esposas e filhos que temos que lembrar que alguns desses
presos, sim, menstruam."

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